A liberdade de expressão na sociedade da informação é um dos grandes avanços da humanidade. O acesso ao conhecimento, o surgimento de novas ideias, criatividade e pluralismo aumentaram espantosamente. O ser humano atingiu assim um nível superior de civilização. Mas, como sucedeu nos níveis abaixo, este excelente benefício trouxe também custos evidentes. Neste caso o grau de estupidez aumentou assustadoramente.
Não é provável que o número de estúpidos tenha subido. Eles sempre foram a maioria. Infelizmente os Dante, Mozart ou Rembrandt são muito mais raros que os La Palisse, Sganarelle, Jerry Lewis ou Mr. Bean. Mas hoje têm muito mais impacto porque os meios de comunicação expandiram extraordinariamente a sua influência. Pior, aí as baboseiras interagem e fecundam-se mutuamente, explodindo a imbecilidade.
Nunca o mundo viveu mergulhado em disparates, burrices e vacuidades como nos dias que correm. Em debates televisivos e colunas de opinião (como esta, claro!), em blogues, revistas e e-mails, desenhos animados, séries televisivas e livros a asneira reina soberana. Sobretudo em momentos de dificuldade e confronto, como aquele que agora vivemos, as teorias idiotas, boçalidades sonantes e interjeições palermas dominam o espaço mediático. É verdade que em muitos casos não levamos a sério o que é dito. Naturalmente vamos ganhando uma resistência que nos protege dos dislates. Mas, apesar disso, é impossível que tal inundação passe sem efeitos. Mais que a inteligência, a bondade ou a maldade, aquilo que hoje domina o mundo é a estupidez.
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